01 ano sem falhas

The BLOG Project nasceu em 2021. Na época estávamos debruçadas – Amanda, Nina e eu – sobre alguns livros da Brené Brown para aprendermos juntas. Daí saíram vídeos e textos preciosos. A Amanda seguiu escrevendo, então hoje, 2023, são bodas de algodão para ela.

Já a Sara e o Jonas – nossa dupla de psicólogos – eu hesitei um bocado antes de convidar. Não por duvidar de suas habilidades textuais (nunca, jamais, never!), muito pelo contrário… por achar que eles não teriam o menor interesse em escrever para um blog de moda.

Olha a sabotadora aí, gente! Pra começar, esse não é um blog de moda. Nem eu tampouco trabalho com moda propriamente dita. Falo antes sobre comportamento e comunicação frente ao mundo e as ferramentas que escolhi para representar isso são looks. Então, para nós aqui, moda é a ferramenta, não a matéria prima.

Tomei coragem, os convidei em agosto de 2022 e cá estamos completando 01 ano com essa formação. Bodas de papel, portanto.

Ele, o Jonas, eu conheci Joninhas, conforme o chamavam num trabalho voluntário que fazíamos juntos em tempos remotos. Mas você que, assim como eu, lê e ama seus textos, vai concordar que o diminutivo simplesmente não combina pra ele. Jonas é grande. Uma vez eu pedi pra gente citar uma qualidade que gostávamos em nós mesmos e ele citou gentileza. “Eu sou um homem gentil”, nós o ouvimos dizer. Putz, quantos homens a gente conhece que têm a coragem de atribuir a si adjetivos diferentes de potente, ativo, provedor, forte, corajoso, dominante, guerreiro, chefe, racional, etc? Eu respondo: poucos. Bem poucos. Entretanto, gentileza e sensibilidade (outro adjetivo que já o ouvi atribuir a si) são expressões do SER-HUMANO, dos indivíduos, não de gênero.

Nós, no melhor estilo "escritores por amor", kkk

A capacidade de reconhecer e expressar nossos sentimentos assim, descolados de gênero, é algo que precisamos aprender. Um caminho: ler seus textos de coração e mente abertos. Outro caminho: encaminhar para alguns homens que você conhece.

A Sara eu não conhecia muito bem, pra mim ela era “a esposa do Jonas”. Interessante que, mesmo não sendo próxima a ela, nunca a conectei aquele estereótipo de mulher sombra. A Sara? Não! hahahaha…. desculpa aí o riso solto. A gente brinca entre nós que a Sara é o trator (mesmo ela não sendo, tá?). O fato é que comecei a sondá-la logo que o Blog nasceu, por conta de um valor que me é caro, a diversidade. Eu queria uma mulher negra com lugar de fala que pudesse esclarecer pontos importantes para mim e minha audiência. Se eu consegui? Deixa eu responder com um breve relato:

Certa vez eu a convidei para uma live pelo Dia da Consciência Negra, para falar da importância da representatividade nos meios de comunicação, etc. Na época havia saído uma capa de uma revista importante no meio fashion e eu quis pegar esse gancho para ouvi-la e compartilhar sua perspectiva sobre o tema. Eis que em meio à conversa ela solta essa:

“ – Nós não temos apenas o assunto da diversidade e da negritude para falar, a gente só fala disso porque só nos convidam pra isso. Mas sabemos falar de todos os outros assuntos também, viu?!”

Uma pitada de sarcasmo + seu sorriso amplo + todo esplendor de um colérico vitorioso = eu, pequenininha nos minutos restantes da live.

 

Você pode conferir esse vídeo no Youtube, se chama a chacina da Dallen em praça pública Representatividade Importa

Respondendo à pergunta: não, eu não consegui o que almejei inicialmente. Eu consegui bem mais. Temos essa pessoa incrível, potente, energética, prática e ao mesmo tempo muito empática escrevendo textos que nos levam ao fundo do poço reflexivo e nos puxam de volta antes que a gente se afogue. Quase sempre são um: ixi… isso é pra mim.

Um pouco mais sobre a Amanda que me fascina. Ela se acha previsível e procrastinadora, mas o que vemos é alguém que se coloca constantemente à prova, se desafia e se supera. É sempre ela com ela mesma e eu tenho a nítida impressão de que o julgamento alheio não lhe afeta (talvez ela diga o contrário).

Autenticidade e vulnerabilidade pra ela – a meu ver – são sinônimos e isso a torna absolutamente forte. Alguém que exercita o amor, o carinho, o toque. Através das suas lentes, expressa sensibilidade há mais tempo, a escrita é um desafio recente. Ao ler seus textos, posso ouvir sua voz com seus trejeitos e pausas reflexivas. Você já a viu discordando de algo? Cuidado! Ela é capaz de divergir e te enquadrar sem que você perceba. Frequentemente, ao final, você a está abraçando e concordando com seu ponto de vista.

Sei lá, eu não consigo ser tão transparente na escrita quanto ela. Às vezes ela manda um inbox antes de publicar: será que me desnudei demais? Vou ler e… sim! Mas isso justamente que é tão fascinante em seus textos.

Well, well, well… Toda semana, há um ano, geramos textos que trazem um pouco (ou muito) de nós.

E para quê tudo isso?

Primeiro, pra gente mesmo. Ao escrever nos validamos, organizamos nossos pensamentos, nossas crenças e nos transformamos. Só quem exercita isso, sabe…

Até onde iremos?

Até fazer sentido. Enquanto isso, que a gente siga se divertindo e se desenvolvendo no processo.

Obrigada parceiros, tenho muito orgulho de nós!

Obrigada galera que nos lê e nos indica, seus comentários e feedbacks são combustáveis pra gente!

Um beijo, sigamos!

Dallen.

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