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A autoconfiança é superestimada.

É altamente provável que você já tenha desejado se sentir mais autoconfiante. Aquela insegurança quanto as suas  habilidades intelectuais, ou a sua aparência física, já deve ter te atrapalhado em algumas situações. E nessas ocasiões você desejou profundamente aquela dose de autoconfiança capaz de fazer com que você agisse em total plenitude, sem titubear.

Se vendessem autoconfiança na farmácia, tipo em pílulas, você compraria. Quando analisa racionalmente, você sabe que tem uma parte sua potencialmente capaz de encarar aquela situação X, e você crê que no fim das contas, o que te trava é apenas não confiar em si mesmo. Ou seja, essa pílula resolveria. Bingo!

Veja bem, honestamente, não sei te dizer se resolveria. Mas sei de duas coisas: 1) essa pílula não existe. 2) você não precisa que ela exista.

O que te faz não realizar as coisas que deseja não é a falta de autoconfiança, mas o jeito como você reage as suas inseguranças quando elas aparecem. Imaginemos que a insegurança é como uma pochete na sua cintura. Se tu caminhar olhando só pra pochete, não enxerga o caminho e ainda tropeça na escada porque não vê o degrau. Mas… e se tu olhasse pro caminho? 

Não precisa gostar da pochete! Isso tem mais a ver com aceitar que a pochete vai junto contigo e perceber que no fundo, não vale a pena deixar de viver uma experiência só por causa da pochete atravessada. Também tem a ver com (as vezes) parar pra olhar o que tem dentro dela, exergar que tipo coisa tá ali e como foi parar ali e ainda aprimorar-se em algumas áreas se for o caso. Mas, definitivamente, não tem a ver com concentrar teus esforços em arrancar a pochete, porque ela provavelmente não vai sair, não por muito tempo. É uma pochete com vida própria que volta e se prende a você quando menos deseja. É um saco? Lógico! Eu sei. Mas por mais chata que seja, putz é só uma pochete!

(Se tu chamar a Dallen, ela vai montar um look ótimo com uma pochete que parecia sem utilidade e tu vai querer usar em várias ocasiões inclusive! Hahaha… Mas ok, foca na metáfora! Na metáfora a pochete é um negócio brega…kkkkk)

A autoconfiança é super estimada. 

As pessoas desejam ser autoconfiantes pois pressupõem que assim serão melhores. Mas isso não é bemmm assim. Gente muitooo cheia de autoconfiança, que acha que tá certo em tudo e pensa que tudo o que faz é maravilhosamente incrível, costuma ser o tipo de pessoa que ninguém aguenta! Aham, aposto que tu deve ter lembrado de alguém assim agorinha né? Hahaha…. Em excesso, a tal autoconfiança vira arrogância. 

Aí tu pode dizer, “mas eu não quero esse tantão assim pra me tornar um ser humano egocêntrico insuportável, eu queria só um pouquinho… só na medida… tem como?”. Pois bem, para isso, você terá que ir em frente levando a pochete da insegurança. E talvez, nesse processo, enquanto você escolhe se mover olhando mais para o caminho do que pra pochete, aíííí talveeeez a sensação de autoconfiança te visite. Mas ela não fica instalada, absoluta, pra sempre. E nem deve. Grandes erros são cometidos por pessoas que confiam demais (tipo exageradamente) nas próprias opiniões, percepções e conhecimentos. Então a tal “medida” poderia ser justamente não depender tanto dessa sensação “autoconfiante” para agir e sim pautar as proprias ações e escolhas de acordo com o que te faz sentido na vida.

Pensa na sensação de autoconfiança como uma boa amiga que te visita. A companhia dela é muito agradável, você adora recebê-la e quando está com ela, você fica mais propensa a topar qualquer programa. Ela é ótima! Mas ela não mora na sua casa, ela te visita. Em algumas épocas mais do que em outras. E está bem assim, ela não tem que morar com você. E você não depende dela pra fazer o que deseja. Ou seja, o pulo do gato não é sempre sentir-se autoconfiante, mas agir na direção que deseja, ir na direção dos teus valores de vida apesar das (e com as) inseguranças. 

Resumindo, quando a autoconfiança te visitar: aproveite.

E quando a insegurança surgir, lembra: Você pode andar mesmo com a pochete!

 

Sara Adaís Müller

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