Eu tenho duas histórias pra te contar.
A primeira é a de uma mulher grávida.
Já em final de gestação, já há alguns dias com a agenda fechada pra compromissos de trabalho e esperando ansiosamente pela chegada do seu primeiro filho.
Ela podia aproveitar esse tempo pra descansar, pra ler, pra bordar, pra caminhar um pouco lá fora e tomar um sol. Ela ouve repetirem que esse vai ser o último período de calma e tranquilidade que vai ter por bom tempo. Mas mesmo assim ela não descansa.
Mesmo com a agenda fechada, mesmo sem compromissos marcados, mesmo tendo organizado os meses à frente pra que sejam de dedicação à família e ao filho, e mesmo sem um objetivo profissional específico em mente, ela não larga o computador. Ela trabalha, planeja, desenha ideias de novos serviços, passa horas pensando em como pode aprimorar os que já oferece.
Ela queria muito se desligar, essa é a verdade.
Mas a sensação de não estar debruçada sobre o trabalho num dia de semana é estranha e desconfortável, e por mais que ela tente se manter focada no livro aberto à sua frente, a cabeça se volta ao trabalho.
A segunda história é a de uma mulher grávida.
Já em final de gestação, já há alguns dias com a agenda fechada pra compromissos de trabalho e esperando ansiosamente pela chegada do primeiro filho.
Ela podia aproveitar esse tempo pra descansar, pra ler, pra bordar, pra caminhar um pouco lá fora e tomar um sol.
Pondera todas as opções, com um dia inteirinho à sua frente, e decide que hoje vai aproveitar a rara liberdade de uma agenda livre pra se dedicar àquilo que tanto gosta: o estudo de temas que compõem o seu universo de trabalho.
Sem pressão de prazos, sem questões urgentes a resolver, sem as demandas usuais que exigem respostas rápidas e ocupam os dias e a cabeça, típicas de um cenário normal.
Ela vai rascunhar novos serviços, pensar sobre o que pode ser aprimorado nos que já existem, estudar alguns feedbacks e, mais importante, aproveitar as horas livres à frente pra fazer isso com calma. Com pausas boas, sem pressa, aproveitando o processo.
E então, das duas histórias aí em cima, qual história eu escolho contar?
Acompanha o raciocínio aqui comigo:
Qualquer uma das duas pode me representar e qualquer uma delas pode ganhar espaço pra ser contada.
Eu poderia ser tanto a protagonista da primeira quanto a protagonista da segunda. Mas eu não poderia – atenção! – ser as duas simultaneamente…
Diferente do meu discurso pra quase todo o resto do universo que compõe nossa vida profissional, eu vou te dizer que na hora de escolher qual história deve ser contada, existe sim um certo e um errado.
E qual é a certa?
Pois entre essas duas, a única certa é: aquela que é real.
Aquela que de fato representa o momento pelo qual estou passando.
Eu sou a primeira ou a segunda mulher? A que – nessa circunstância – produz pra fugir da ansiedade ou porque tira do trabalho que faz um pouco de calma?
Só tendo clareza e convicção nessa resposta eu consigo tomar a decisão sobre qual história contar e – mais do que isso – sobre a pessoa que eu sou.
E contar a história real sobre a pessoa que cada um de nós é, é muito importante.
O mundo cria uma imagem de nós, isso é inevitável.
E da nossa parte, estamos constantemente construindo essa imagem a partir dos sinais que emitimos, isso também é inevitável.
Essa imagem construída tem o potencial de nos fazer chegar mais perto ou, por outro lado, nos afastar daquilo que queremos construir pra nós.
Dominar o que eu chamo de narrativa da nossa vida é uma maneira interessante de atuar sobre isso, e hoje eu escolhi te trazer esse pedacinho de reflexão como maneira de te convidar a pensar sobre qual é a história que você vem contando sobre quem é, sobre o que faz e sobre o que quer.
Sem certo ou errado, sem pesar sobre o que os outros esperariam de ti, com um olhar livre de julgamentos e que abraça a grandeza que só existe nas suas complexidades.
Pra aprofundar, caso seja um tópico que te interessa: nesse link aqui tem um material criado especificamente pra te ajudar a dar os primeiros passos nessa linha de raciocínio.
Quando usada com intenção, a construção de narrativa é uma ferramenta relevante e que nos traz bons frutos na vida profissional, e o miniguia do link ali em cima tá aí pra te ajudar a pensar nisso.
Espero que curta. (E se curtir, me conta!)
Um beijo e até a próxima.