AS DORES E DELÍCIAS DE SER EMPREENDEDORA

Quem nunca acreditou que a solução de todos os seus problemas estava em uma determinada mudança específica? Essa era eu em meados de 2013 com a ideia inocente de que para ser feliz bastava trabalhar com o que gostava. Seria fácil, o dinheiro viria, o estresse seria infinitamente menor do que trabalhar com a família, que era o que eu fazia na época. Eu mal podia esperar por essa vida incrível que me aguardava, fazer os meus horários, trabalhar de pijama ou de qualquer lugar do mundo. Kkkk

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Eu conto ou vocês contam?

Eu ainda trabalharia um bom tempo conciliando as duas coisas: empresa da familia e fotografia, o que me permitiria ter uma grana legal pra viajar para fora do país sozinha, dois anos seguidos. Nessa época eu não tinha nenhuma noção do que é ser/ter uma empresa, não tinha controle do que entrava e saía, guardava tudo o que podia pra gastar em viagens. Ok, vai, eu mal tinha 20 anos, não dá pra exigir tanto assim. Kkkkk

Na minha viagem para a Europa, passei um perrengão (já contei sobre nesse texto aqui) que me transformou e exigiu o que posso chamar de um recomeço (que só foi possível graças ao meu privilégio de ter uma família que tinha condições de me auxiliar financeiramente). Ao voltar pro Brasil, fiz um curso de negócios para fotógrafos e aquilo explodiu minha cabeça de tal forma que eu nunca mais fui a mesma.

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Eu durante o curso.

Com grandes poderes vem grandes responsabilidades, já dizia o tio do Homem Aranha. Agora isso fazia mais sentido do que nunca. Ganhar dinheiro não significa lucrar, agenda lotada não significa conta bancária recheada. O universo do empreendedorismo é cheio de nuances, cheio de possibilidades e escolhas. E elas tem consequencias. Eu soube bem disso quando me dei conta que tinha um total de 0 reais guardados e me vi sem nenhum equipamento extra pra recuperar o que eu tinha perdido. Sem reserva de emergência e sem câmera. Muito bonito, né mossa. rs

Cair na realidade tornou tudo menos fantasioso e foi frustrante. Fluxo de caixa? Depreciação de equipamento? Captação de clientes? Se tu não tomar cuidado, fazer o próprio horário pode significar trabalhar enquanto almoça, continuar trabalhando até as 21 horas, deixar de cozinhar algo saudável ou fazer um exercício físico pra ficar editando um trabalho que nem precisaria ser urgente, mas na tua comunicação com o cliente tu não deixou claro o prazo de entrega e 3 dias depois ele tá te cobrando o material finalizado.

Além disso tudo que falei aí acima (que é só um pedacinho de toda a carga que uma pessoa autônoma precisa lidar), somava com o fato de trabalhar sozinha, não ter mais colegas de trabalhos para falar mal do chefe, jogar conversa fora ou pedir aquela ajuda quando surgia uma dúvida. Sinceramente, meus colegas de trabalho nem eram tão legais assim mas é aquela velha máxima, a gente é social, né.

Eu costumava repetir para mim mesma e para os outros: Empreender é solitário. (E outras coisas mais pesadas que ainda insisto em repetir naqueles dias que a bruxa tá solta). Esse pensamento não mudou completamente. Sigo acreditando que empreender pode sim ser MUITO solitário mas se pudesse dar um conselho para a Amanda do Passado, aquela que iniciava o próprio negócio achando que tudo eram flores seria: busque o teu lugar seguro, se cerque e se comprometa com pessoas/profissionais que tenham valores e objetivos alinhados com os teus, onde tu possa trocar e buscar alento para as tuas dores e dificuldades, dividir vitórias e aquelas dicas que dão certo e facilitam a vida na hora de fazer uma planilha.

Nos últimos meses eu saí do modo “trabalhar 100% sozinha” pra começar uma sociedade e um projeto de trabalho com mais duas colegas e isso foi responsável por tornar a caminhada mais leve e prazerosa. Se relacionar ensina muito pra gente, não é fácil não e eu adoro me esquivar de ter que lidar com pessoas porque isso me exige muito menos, mas eu também não ganho nenhuma recompensa se comparado à dividir o dia a dia com minhas parças.

Ontem mesmo eu dizia para uma amiga: “Fotografar é a parte mais fácil. Se fosse só fazer isso, tava lindo!” Não quero passar aqui a sensação de que é só ruim e perrengue empreender, mas pense muito bem antes de se jogar nesse mundão caso você tenha escolha. Estude, se organize e NÃO HESITE EM PEDIR AJUDA. Por muito tempo fui do tipo “aprendo fazendo” mas arrisco dizer que sempre é mais cansativo dessa forma.

A parte boa desse role todo pode ser MUITO gratificante, daquelas que faz a gente pensar: É BOM TÁ VIVO! E te sugiro anotar esse conselho em tudo que é lugar porque muitas vezes a gente precisa lembrar dessa parte pra ter a motivação de continuar.

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Riri é mulher de negócios e certamente se une à outras mulheres fodonas pra fazer aquela desfile babadeiro e a porra toda acontecer.

Você também empreende ou está pensando em começar teu próprio negócio? Como esse texto bateu aí? Compartilha nos comentários, vou adorar saber. Se tem uma parça que é teu “lugar seguro” nesse universo, manda pra ela ler também.

Obrigada pela antenção e tamo junto!

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