Como Temperar um Joelho

Teve um atendimento que eu fiz bem no início da minha carreira como Consultora de Estilo (lá se vão 07, quase 08 anos!) em que minha cliente me falou que adoraria usar saia, que tinha paixão por usar saia, mas não usava. A pergunta que eu lhe fiz em seguida, posso apostar que é a mesma que está na sua cabeça agora: 

– E por quê não usa?

A resposta veio de um jeito muito natural: 

– Porque meu marido acha meus joelhos feios. 

(pausa dramática)

Imagino que você se chocou um pouco agora. Eu choquei, na ocasião. Penso que foi ali que comecei a entender essa história toda de “tempero” que tanto falo hoje. Porque não era meu papel apresentar todo um discurso sobre o que eu achava (tipo: what? É sério isso, produção?). Eu estava ali para solucionar aquele problema “estilístico” e o que eu fiz foi propor-lhe o maravilhoso mundo dos comprimentos midi.

Comprimento midi é aquele que vai até metade da panturrilha

Aquele foi o “tempero” dela, sabe? Um comprimento curto só traria dor de cabeça ao seu cotidiano e o longo estava fora de cogitação para seu gosto pessoal. Então a gente foi lá e acrescentou pitadas generosas de midi. 

Houve uma outra situação com uma cliente que nas etapas iniciais da Consultoria de Estilo (as investigativas), ficava repetindo constantemente: “sou muito básica, sou muito básica, sou muito básica”.

-Tá bom, pensei. E enquanto ela falava me ocorreu como seria atender o Steve Jobs, kkk… brincadeira. A verdade é que eu ficava imaginando aquele exército de blusinhas pretas e calças jeans com pequenas variações de cinza. Cheguei a pensar que seria fácil colocar mais tempero nesse caldeirão.

Veio a etapa de conhecer o guarda-roupa da cliente. E o que eu vi? Onças pintadas, tigres de bengala, pítons coloridas… Tou exagerando? Não. Tinha muita estampa de bicho e estampas de outros motivos também. 

Logo, eu não poderia ficar no sal e pimenta porque ela já estava no nível coentro com páprica e flor de sal (desculpa ae se isso não combina, Rita Lobo)!  

O fato é que aquela cliente lidava bem com tamanha profusão de informações, tanto que classificava como básico. Ali eu também aprendi uma lição valiosa: mais importante que rotular o estilo dela, era ajuda-la a ter clareza sobre o que ela queria comunicar com sua imagem. Só depois então, entender quais daquelas estampas poderiam ajuda-la – ou não – a expressar isso. 

“Mais importante do que rotular o estilo é ajudar a pessoa a ter clareza sobre o que ela quer comunicar com sua imagem”.

Eu adoro essa analogia dos temperos pois acho que realmente faz sentido. Se  gente for pensar, cada comida fica diferente quando outro faz porque a individualidade se manifesta no cozinhar. Muitas vezes não são os ingredientes principais que mudam, mas sim os temperos, a finalização. Isso é o que faz a gente dizer “nossa, o carreteiro da fulana é muito bom” ou “o estilo dela é muito legal!”

 Para cada um é diferente e vejo meu papel muito de apresentar e propor novos temperos nessa deliciosa caminhada de autodescoberta do próprio estilo. 

Confira: Trilha de Estilo 

Workshop de Estilo 

Outros serviços 

Beijo, 

Dallen. 

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