Construindo uma mãe-que-trabalha

Dia desses entrou um áudio da Dallen, lá no WhatsApp.

Eu adoro quando entram áudios da Dallen, porque eu sei que do outro lado vem ou uma idéia interessante, ou uma provocação relacionada à algum projeto, ou uma troca, alguma experiência pra gente dividir.

E dessa vez veio uma provocação.

“Nina, dia das mães daqui a pouquinho. E se nesse mês, no teu texto pro blog, tu trouxesse um pouco de como sendo essa experiência de misturar trabalho e a preparação pra chegada do Théo?”

Claro que sim. Ideia ótima. Topei na hora.

Théo (Theodoro, oficialmente) é meu primeiro filho. No momento em que escrevo esse texto a gente fecha 35 semanas de gestação e eu tenho mais um tempinho de preparação até que ele chegue. Vai ser legal falar sobre isso.

Até que, espera. Falar sobre o que?

Atenção. A preparação vem sendo feita, a agenda tá toda organizada, os compromissos bem alinhados pra encerrarem antes de fechar 38 semanas de gravidez – tempo com alguma folguinha pra absorver qualquer imprevisto que possa surgir ao longo do caminho.

Mas mesmo assim, escrever sobre uma experiência enquanto ela acontece é bem diferente de escrever com o olhar descansado que o tempo passado te dá.

E essa experiência, de organizar o início de uma vida como mãe e conciliar o novo papel com o espaço tão importante que a minha vida profissional ocupa, essa experiência eu tô vivendo agora. Em tempo real.

Então vamos lá, amores.

Os parágrafos que vêm a seguir são de uma mulher tentando descobrir qual é o melhor jeito – ou melhor – o seu jeito, de começar a ser mãe.

E profissional.

E profissional dona do seu próprio negócio.

Profissional dona do seu próprio negócio, que ama o que faz e – até agora – abre mão de muita coisa com um sorriso no rosto pra poder se dedicar a ver seu negócio crescer, sua agenda encher, suas clientes bem atendidas e fazendo acontecer nas suas próprias vidas pessoais e profissionais.

Deu pra sentir o tom?

Eu vinculo uma grande parte da minha identidade ao resultado do trabalho que produzo.

A palavra “realização”, pra mim, tem a ver com enxergar uma mudança real na vida das pessoas que eu atendo. E pra isso… eu preciso atender.

Um dos motivos pelos quais esse trabalho envolve olhar pra vida e carreira de mulheres, especificamente, me é tão precioso, é porque eu mesma tiro muito da minha independência e expresso muito da minha autenticidade justamente pela via profissional.

Um ajuste na minha vida profissional, redondinha como ela se encontra, não me vem fácil.

Foram horas e horas (dias, na verdade), tentando antecipar como isso vai acontecer.

– Eu vou abrir a agenda pra 3 clientes, e só.

– Imagina, Nina. 3 clientes? Não é pra tanto, vai. A gente vai abrir a agenda pra no mínimo 5 pessoas. E mais as aulas em grupo.

– Ah mas não vai mesmo. E se o pequeno precisar de mim? E se eu tiver cansada? Três tá bom.

– Cinco. Mais os grupos.

Esse papo todo entre eu e eu. Numa negociação que só acabou há algumas semanas, quando eu falei pras duas vozes na minha cabeça que tudo isso não passava de especulação, e que nós só teríamos como saber o que cabe na rotina nova uma vez que essa rotina acontecer. A partir do momento em que tudo isso deixar de ser especulação e passar a ser realidade.

Na minha programação contam mais ou menos 3 ou 4 meses de “licença maternidade”, entre o tempo que vou me dar um pouquinho antes de Théo chegar e o momento em que imagino estar voltando a trabalhar aos pouquinhos.

“Licença maternidade” assim entre aspas porque não existe estrutura rígida que delimite regras, tempo, condicionantes, desse formato de trabalho de quem é seu próprio negócio.

A flexibilidade é meu bônus. Meu e de Théo. Me abraço nela pra me permitir sentir na pele o andar dos primeiros meses de vida do gurizinho que chega pra só então decidir, com exatidão, como vai se dar a volta ao trabalho de uma Nina à partir de então mãe.

E por um lado, não deixa de ser uma transição na minha própria carreira. Dessas sobre as quais eu trato e me debruço junto com outras mulheres que também estão passando por alguma, independente do tipo ou dos motivos.

E se de maternidade eu tenho um mundo pra aprender, de mudanças na estrutura de vidas profissionais, na verdade eu entendo, e é me lembrando disso que eu fico tranquila. Mais que tranquila, na verdade. Empolgada!

Porque eu sei que vou me deparar com uma parte de mim que ainda não conheço, e que junto dela vem um gurizinho lindo que já é amor.

Tempos de aventuras pela frente, meus amores. E eu aceito todo tipo de conselho, com o coração aberto e querendo muito ouvir.

Quem sabe a gente se encontra ali nos comentários?

Um beijo, e até a próxima.

Nina.

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