Comecei o ano pensando sobre algumas questões. Acho que faço isso com alguma frequência quando tenho um tempo livre. As férias serviram pra observar um pouco do que a vida tem de bonito. Eu gosto de notar detalhes nas flores, observar o céu, sentir o vento e ouvir seu barulho passando nos ouvidos.
E enquanto vivia esses dias, também fui visitado por algumas sensações mais tristes. Um post de uma amiga me fez pensar sobre os altos e baixos que a vida tem, sobre o quanto a vida muda, se mexe dentro e fora de nós.
As coisas estão constantemente em movimento, e parte desse processo acontece em nós, nos pensamentos e emoções que nos visitam, nas sensações e lembranças que passam por nós. Algumas parecem mais intensas, e nos dão a impressão de que nunca irão embora. É como se elas nos dissessem que não conseguiremos viver nada além delas.
Outras parecem não ser tão válidas, diante de problemas complexos que vivenciamos. E elas são super importantes! É como se o pensamento fizesse uma listinha rabiscada num pedacinho de papel, categorizando o que se pode ou não sentir, e quando se pode sentir.
O ponto é que a vida não é uma linha reta. Essa estabilidade não dá conta da nossa existência e do tanto de experiências que vivemos. As coisas mudam e nem sempre o gráfico está crescendo. As “baixas” são parte fundamental do processo de viver.
Nós corremos um risco significativo de cair nessa “ladaia” de que precisamos estar felizes o tempo todo, independente do que aconteça. Que precisamos agradecer por tudo e ficar de bem com todo mundo a qualquer preço. É uma ilusão pensar que uma vida equilibrada dependa de se estar sempre pra cima, pensando positivamente. O contrário também se aplica! A vida apontando sempre “pra baixo” não nos possibilita contemplar o horizonte. Pesa demais!
Pense brevemente na imagem de uma criança aprendendo a caminhar ou a andar de bicicleta. Pense num artista que atravessa uma “corda bamba”. Me parece um grande equívoco a ideia de que é possível manter o equilíbrio, como se ele não exigisse nenhum movimento.
Na vida real o equilíbrio contém o exercício de lidar com o que desorganiza, tira o prumo, com o que nos cansa. A vida não é uma linha reta!
E isso vai exigir da gente certa flexibilidade pra lidar com as coisas, pra respirar fundo em alguns momentos e sinalizar nossos limites. Pra acolher a dor que, porventura, nos visitar, e sorrir alguns instantes depois. Pra discernir o tempo de terminar algumas coisas, relações, e catar coragem pra começar algumas outras.
Nesse tempo a vida vai te convidar gentilmente a muitas experiências, e outras serão como uma tijolada na cara. Como quem diz: lida com isso. A vida não é uma linha reta.
Ela só se torna uma linha reta quando termina, quando se vai, quando não pulsa mais.
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Com carinho, Jonas Filho.