Aqui Mario Sérgio Cortella tem uma palestra no Youtube que se chama “o que importa é saber que importa”, onde ele discorre sobre seu encantamento pela curadoria – ato de escolher com conhecimento – e como ela pode nos salvar em diversas situações.
Já começa fazendo uma distinção essencial entre informação e conhecimento: informação é cumulativa, conhecimento é seletivo.
A informação é como se você tivesse passado vários dias numa linda praia e ao final, não soubesse qual/o quê foi mais importante. Você viveu aquilo ou só passou por ali? Importar é levar para dentro, então, o que é importante deve encontrar um lugar especial no coração. Achei isso lindo e nada óbvio.
Há diferença, por exemplo, entre comer bem e comer muito. Afinal, quem come muito está bem alimentado? Não, está preenchido. A informação faz um pouco isso, acaba preenchendo espaços que seguem vazios. O conhecimento, porém, aquilo que você se permitiu importar, vai operar deixando a vida mais consciente, mais nítida, menos alienada.
Imagine-se numa livraria, desesperada(o) por não conseguir ler tudo o que gostaria. Ou no meio digital, sendo bombardeado por tantos cursos legais para fazer. Quem nunca? Mas a verdade é:
não tem que ler tudo. Não tem que fazer todos os cursos. Tem que saber o que importa. E o que importa? Aquilo que pode fazer diferença na sua vida e na sua comunidade.
Seja numa mesa farta de buffet, numa livraria cheia de bons livros ou num guarda-roupas lotado de peças bacanas, o dilema é o mesmo (e a resposta também!). Mas qual dilema?
“Anda faltando conhecimento, critério de seleção, de curadoria em meio a um mar de informações”, ele disse.
Deu pra sacar? Um guarda-roupas lotado não é garantia de looks coerentes consigo, nem de várias opções just in case, nada disso. É só informação, prato cheio, pilha de livros. Mas você sabe o que importa?
Fazer a curadoria no próprio guarda-roupas não é fácil. São anos da sua vida representados ali por modelagens, cores e estilos. Tem emoção, funcionalidade, marcas de um tempo… definitivamente, o guarda-roupas da gente não é um amontoado de peças. Por isso é tão difícil para alguns fazerem o exercício da revitalização, que é olhar para o que sai e entender o que fica, por quê fica.
Talvez seu critério para “esse sai” obedeça a uma ordem funcional: não serve mais ou está velho. Ou ainda porque não acha bonito como antes. Ok, são critérios válidos. Mas só isso seria raso demais e logo ali na frente voltaria a dúvida e o acúmulo.
Mais importante é ter clareza com critérios que se conectem diretamente ao seu estilo, ao seu desejo de imagem.
Para te ajudar na tarefa de saber o que importa no seu guarda-roupas, além do vídeo do Cortella (olha um teminha de casa, aí!), tem os vídeos da Marie Kondo na Netflix. Logo que seus vídeos viralizaram, todo mundo comentava – achando fofo – sua sugestão de conectar-se emocionalmente com a peça, tipo: “ela me faz feliz?”. Acho essa parte interessante porque nos instiga a ver a roupa não apenas como um tecido costurado. É possível entendê-la como uma ferramenta incrível de expressão e singularidade.
Tem quem se empolgue com o final do ano pra fazer a famosa limpeza e tem também os que revisam o passado e projetam o futuro. Eu gosto de ser um pouco dos dois. Um pouco de reflexão, um pouco de mão na massa. Um pouco de silêncio, um pouco de caos. Pra te ajudar ainda mais – a ser um pouco dos dois, hahaha – tem também o meu e-book “Dicas da Dallen para Manter a Calma e o Guarda-roupas em Dia”. Quem já colocou em prática sentiu que a tarefa de largar pra lá os excessos e ficar com o que faz sentido torna-se beeem menos confusa.
Parafraseando a ideia inicial, gosto de fazer a curadoria daquilo que é bom e útil e levar até você para que tenha autonomia e saiba decidir, com clareza nos critérios que escolher. Gosto de apresentar o que importa.
Partiu revitalizar o guarda-roupas?