Está na crista da onda? Calma, tua hora também vai chegar. Por mais que eu diga e repita pra mim e pra qualquer louco que tiver passando na rua que a vida e a evolução não são lineares, quando as coisas começam a desmoronar a sensação é meio que de negação. “Eu tava indo tão bem, agora isso? Por quê a vida não pode ocorrer como meu script de filme raso de Hollywood?”
Me peguei entrando em contato com algumas questões que precisava resolver e esse simples movimento de tirar um limão daquela pilha da fruteira do mercado, fez com que todo o morrinho viesse abaixo me deixando com vontade de sair correndo e deixar aquele caos todo para trás. O guri que organiza o mercado que lute.
A ideia é que, ao resolver algo, o alívio imediato e aquela certeza de que o melhor está por vir invadam sua alma. A verdade é que é mentira isso aí. Resolver algo significa tomar uma decisão, fazer uma escolha. Fazer uma escolha implica em consequências, consequências essas que muitas vezes também te deixam triste, mesmo sabendo que foi a melhor decisão. Ninguém te conta que o alívio pode estar bem bem bem bem lá na frente. Ele vai vir, mas você ainda não sabe quando, afinal, precisa processar um milhão de outras coisinhas aqui antes, retomar conversas, entrar em contato com sentimentos, com dúvidas, medos, culpa.
Me vi novamente em um lugar assustador, aquele de não conseguir mais ver beleza aqui. Minhas ansiedades e angústias provenientes de pensamentos excessivos (que nem eram verdade necessariamente, pra começar) se tornaram as minhas companheiras diárias, minando minha espontaneidade e dando lugar à uma reatividade. Aos sintomas físicos. A enxergar as situações de jeitos distorcidos e começar a passar a régua em cada decisão tomada no passado com o modo carrasco ativado. Fora a sensação de não ter conseguido colocar em prática tudo o que aprendi de um novo funcionamento mais saudável para mim e minhas relações e me perceber repetindo antigos padrões.
Mesmo sabendo, em teoria, que a vida não é um mar de rosas e sim uma grande montanha russa, confesso que essa descida em ângulo de 90 graus me deu uma boa balançada, já que sentia que vinha num ritmo controlado e bom…
Escrevo esse texto no olho do furacão e talvez na escrita de abril, tudo já tenha passado, mudado. Não tenho como saber. O que sei é que meu alerta ligou e preciso dar a devida atenção para isso (e sem dúvida, em algum próximo texto estaremos aqui nessa mesa de bar falando sobre as reflexões tiradas desse momento de vida.) O caminho do autoconhecimento é realmente infinito e sinuoso. Se for preciso, não hesite em fazer pausas ou dar alguns passos para trás. Tá aí mais uma coisa que eu posso dizer que sei.
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