Sim, até mesmo esses que se levam muito a sério. Adultos muito responsáveis, tensos, cheios de coisas pra fazer. Até mesmo o maldito do Bolsonaro. Ou a sua avó que você considera que sabe de tudo.
Todos já fomos um pequeno ser humano um dia, aprendendo a existir no mundo, totalmente guiados por aqueles que eram considerados nossos responsáveis. O que sua infância fez contigo? Consegue identificar resquícios da tua criança aí dentro?
Meu mais recente contato com minha infância foi por conta, claro, das sessões de terapia. Sim, achou que eu não falaria dela aqui esse mês? kkkk
Além de resgatar memórias não tão positivas assim para que eu pudesse consertar algumas coisitchas que me atrapalhavam muito a vida hoje, precisei me transformar na responsável da minha própria criança. Esse trabalhinho de papai/mamãe, sabe? Precisei eu correr atrás de fazer, agora com uns juros.
Acolher, proteger, validar, defender, permitir ser.
Aproveitando a viagem, passei a olhar com carinho pra pequena Amanda em outros aspectos também. Gostos, brincadeiras, características. Principalmente aquelas que aos poucos foram sendo podadas por cagações de regra. A partir disso, reconhecer e estar mais perto de quem eu sou/gosto de ser.
Outra vivência transformadora na minha vida foi conviver com crianças. Laura e Henrique (meus primos) foram parte do meu dia-a-dia por alguns anos até eu sair de casa e hoje seguimos com uma relação muito próxima, já que a mãe deles é como uma mãe/irmã para mim.
A naturalidade com que crianças se expressam e se permitem é linda e inspiradora. Observá-las e absorver o que elas jogam pro mundo me trouxe mais leveza, empatia e me deu a oportunidade de entrar em contato com a vulnerabilidade e exercer o cuidado com a minha criança, através delas. Claro, também nos desafia, nos coloca em contato com nosso ego e traumas.
Fazer o exercício de olhar pra infância e resgatar algumas memórias afetivas podem nos ajudar a ressignificar um pouco do que já vivemos e trazer de volta essa energia para nossa vida. Como você brincava? Qual comida te deixava muito feliz? Que local ou passeio te empolgava? Esse pode ser um bom começo.
Que a gente não perca nossa criança de vista. Que a gente não deixe a vida prática e engessada roubar nossa espontaneidade, minar nossa criatividade, a expressão dos nossos sentimentos e nos transformar em adultos rígidos e intocáveis.
Boa sorte na jornada. E se precisar de uma ajudinha, temos dois ótimos psicólogos escrevendo aqui também. Mande um alô pra eles!
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Fotos feitas por mim no nosso último Natal na casa da nossa Bisa, quando aproveitei pra registrar com meu olhar essa convivência com os pequenos.