Um dia

A alegria brinca de gangorra com a dor.

Todos(as) passamos por essa experiência em algum momento. Você lembra quando foi? É que um dia a gente descobre que a vida dói em quem a gente ama. Um dia a gente vê o sofrimento escorrendo em forma de lágrima pelo rosto dos nossos pais, irmãos, avós. Sabe aquela pessoa que parecia imbatível?

Um dia o pranto toma o lugar da voz que trazia segurança e direção. Um dia a gente apenas suspira, pois já não há nada para dizer, e isso nos dilacera por dentro.

Ver quem amamos em sofrimento, é talvez uma das experiências mais dolorosas do amadurecimento. A ideia de que teremos poder para resolver e proteger nossos queridos de qualquer coisa que aconteça dá lugar à consciência de que não poderemos impedir que essas pessoas sofram com a vida, na vida. E isso é muito difícil!

Talvez aqui esteja uma aprendizagem importante: saber lidar com os nossos limites, ter consciência do tamanho do nosso passo e do rumo que desejamos dar aos pés. Para isso, é imprescindível que aprendamos a lidar com os sofrimentos, afinal eles (normalmente) não são escolhidos, e tampouco podem ser evitados.

Estabelecer uma relação saudável com as partes desagradáveis de nossa história pode fazer muita diferença. A questão não é chegar ao ponto de impedir que coisas ruins aconteçam, ou ter estratégias infalíveis para ser feliz a qualquer preço. Isso pode custar muito!

A questão é aprender e saber sofrer, e disso encontrar também as razões para viver uma vida que vale a pena. A questão é conseguirmos nos alegrar, ainda que não esteja TUDO bem. É cuidar para não nos colocarmos numa condição em que não se pode sentir tristeza, como se houvesse algo de errado em ficar triste.

A alegria brinca de gangorra com a dor.

A gente precisa sentir a vida! Tenho aprendido que a gente precisa entrar em contato com as partes desagradáveis dela para conseguirmos escolher com mais consciência quem iremos nos tornar nesse caminho. E tenho percebido que, por mais improvável que possa parecer, é possível sobrevivermos a dor que nos agarra.

Esperança pode ser um fruto de uma consciência acurada, um olhar honesto sobre nossa história. Talvez ver a dor de quem a gente ama desperte nossas tristezas, e aí podem estar informações importantes sobre nossas relações. O que a dor do outro diz sobre sua importância para mim?

Ao mesmo tempo, é útil compreendermos que essa emoção não irá durar para sempre. Como você tem lidado com as partes doídas da sua vida? Como você tem lidado com as partes doídas de quem você ama? Como você tem lidado com os limites que percebe diante disso?

Talvez a resposta dê algumas pistas importantes de algo que precisa de mais cuidado…

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Com carinho, Jonas Filho.

Ah, aproveita pra ler os textos das meninas que são sempre incríveis!

@amandabaronio, @dallenfragoso e @saraadais.

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