Assim como o óleo de côco já esteve na crista da onda, o conceito de autocuidado/autoestima/amor próprio nunca foi tão comentado. O curioso é como esse tipo de termo vai se tornando praticamente um produto e a gente é incentivada a consumir, aparentar e comparar para se sentir melhor consigo mesma.
O que pouca gente quer falar é sobre como não precisamos que nossa autoestima e nosso valor estejam ligados à nossa aparência. Todo mundo quer se sentir bonito e isso é óbvio, mas já parou pra olhar o quanto dessa busca tira nosso sono ou come nosso dindin? E quantas vezes você comprou produto x, emagreceu 10kg pensando que quando chegasse LÁ tu ia se sentir plena. E esse lá nunca chegou.
Se liga na primeira definição de autoestima quando eu jogo no Google:
“Qualidade de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e demonstra, consequentemente, confiança em seus atos e julgamentos.” Perceba como nessa definição não vemos nada sobre estética.
Vou contar pra vocês algo que vivi. Tive uma fase em que quis chegar a 15% de gordura corporal. Com acompanhamento de nutricionista e me exercitando com constância, consegui atingir esse objetivo. Meu primeiro pensamento: UAU SOU FODA. Meu segundo pensamento: TÁ E O QQ EU FAÇO AGORA? kkkkkkkkkk
Pois é. Eu dedicava uma energia muito grande pra aquilo, mas não me trouxe a plenitude que eu imaginava, além de que eu precisaria manter esse corpo, não apenas chegar nele (vou nem entrar no assunto distorção de imagem que isso é papo pra outro post). Hoje em dia minha alimentação segue uma base equilibrada, sem restrições e me exercito quase todos os dias, mas minha dedicação maior é direcionada para outras prioridades (trabalho, outros prazeres). Obviamente, meu corpo também mudou com isso, mas eu entendi e aceitei que esse é meu corpo possível.
(aqui gostaria de ter inserido uma foto de antes e depois, mas percebi que não tenho mais fotos dessa época devido a um troca de celular, então vai ter que ficar na imaginação de cada uma rs)
É fácil e agora só tenho uma relação de amor com meu corpo? Claro que não. São altos e baixos, mas assim com aprendemos a estar sempre insatisfeitas, podemos ir treinando pra buscar mais paz ao olhar nossa imagem no espelho. A pressão estética existe e está assombrando até a mulher mais padrãozuda. Isso prova que essa conta não fecha!
Minha crítica não é diretamente a algum produto ou serviço específicos, mas sim à todas essas receitas prontas e necessidades que nos são empurradas e na busca por se encaixar, acabamos minando nossa saúde mental e aumentando o fardo da insatisfação que a gente já carrega há tempos e que insistem em romantizar dizendo o quanto somos fortes.
Acabamos procurando as respostas em todos os lugares, menos dentro da gente.
Quando de fato olhamos para a nossa história, entramos em contato com uma força muito grande, mas isso também dói. Enxergamos uma parte de nós que nem sempre gostamos de exibir por aí. Quem fala que a terapia e o processo de autoconhecimento são só amorzinho, tá contando a história pela metade, mas essa jornada nos traz autonomia e o poder de saber quem somos nós. Isso fortalece nossa auto estima para além da estética! Amor próprio é um casamento contigo mesma. Na saúde e na doença. Aceitar é abraçar a luz e a sombra.
Sei que é praticamente impossível (e nem precisamos) viver alheias as redes sociais, mas podemos tomar algumas atitudes em prol do nosso bem estar e consumir conteúdos que não promovam essas cobranças e comparações com outras mulheres, que falem sobre saúde mental, também compartilhem suas dificuldades e um recorte da vida com o qual possamos nos identificar mais. Vou deixar aqui algumas indicações para vocês! Não vou separar por categorias ou explicar sobre cada perfil pois quero vocês mesmas observem esses conteúdos e percebam como vocês se sentem em relação a eles. <3
@roberta.pschichholz @natalyneri
Boa sorte na tua jornada!